Por José Carlos Jacintho de Campos.
Está se tornando usual, em nossos dias, a aplicação indevida
dos verbos poder e dever. Conforme a conveniência ou ponto de
vista que se queira defender, dissimuladamente fazem a substituição desses
verbos em artigos ou comentários bíblicos, que passam desapercebidos pelos
menos atentos, gerando costumes ou tradições ao arrepio da sã doutrina.
O verbo poder representa a faculdade ou possibilidade
de fazermos alguma coisa de acordo com o nosso livre arbítrio. Tanto é verdade
que esse verbo não é conjugável no modo imperativo. Já o verbo dever tem
o significado absoluto de ter a obrigação de fazer-se aquilo que está
determinado ou sugerido.
Para exemplificar: podemos cometer pecado? Sim, porque isto
faz parte da influência carnal que possuímos, está dentro da nossa capacidade
física ou mental, por isso pecamos e diariamente temos que confessar os nossos
pecados a Deus (I Jo.1:8-10). Por outro lado, devemos viver assiduamente no
pecado? Claro que não, pois isto está claramente determinado na Palavra de Deus
que não devemos permanecer no pecado tendo em vista que é nisto que se
diferenciam os filhos de Deus e os filhos do diabo (I Jo.3:9-10). Portanto, nem
tudo que se pode fazer é o que deve ser feito, sob pena de estarmos pecando e
nos identificando com os desobedientes a Deus.
Ninguém, em sã consciência, discordará da afirmação de Paulo
que os maridos devem amar as suas esposas assim como Cristo amou a igreja a
ponto de Se entregar por ela (Ef.5:22-33). Sabiamente as mulheres dão grande
ênfase a esta passagem, tendo em vista que a elas é determinado que sejam
submissas aos seus maridos, como ao Senhor, logo a recíproca tem que ser
verdadeira, ou seja, as mulheres se submetem por obediência ao Senhor e, em
nome dessa mesma obediência, seus maridos lhes devem amor na mesma plenitude
que Cristo amou a Sua igreja.
O que causa estranheza é que o mesmo vernáculo - deve -
usado em Ef.5:28, que no original grego denota uma inquestionável obrigação moral,
não é aceito, principalmente pelas mulheres, em ICo.11:10 que afirma que a
mulher deve trazer um sinal de submissão ou autoridade em sua cabeça por causa
dos anjos. Nesta passagem o verbo está conjugado no modo imperativo afirmativo,
que não deixa nenhuma dúvida quanto a ordem nele contida. Como é possível o
mesmo verbo ter sentidos diferentes em Ef.5:28 e ICo.11:10? Dever implica em
obrigação, logo, não cumprir com aquilo que é determinado na Bíblia é
desobediência a Deus.
É impressionante como muitas pessoas têm gasto um precioso
tempo levantando argumentos, até mesmo absurdos, para justificar o
descumprimento da determinação bíblica que a mulher deve cobrir a sua cabeça
nas reuniões da igreja. Esses argumentos geram uma confusão tamanha que faz com
que as lideranças de algumas igrejas locais deixem o uso do véu a critério
pessoal de cada irmã, como se houvesse duas verdades na Bíblia.
A isto chamamos de a Síndrome de Pilatos, ou seja,
conhece-se a verdade, porém, é "politicamente correto" não aplicá-la,
com isso, "lavam-se as mãos" jogando a responsabilidade da decisão
sobre as mulheres. Esse procedimento, de não assumir responsabilidades, foi
utilizado por Pilatos para encaminhar Jesus Cristo para a morte. Por definição:
responsabilidade não se transfere, assume-se para não se tornar um
irresponsável.
Creio ser oportuno avaliarmos alguns dos argumentos
apresentados por aqueles que procuram justificar a desobediência do não uso do
véu, pelas mulheres, nas reuniões públicas realizadas pela igreja local:
Está se tornando usual, em nossos dias, a aplicação indevida dos verbos poder e dever. Conforme a conveniência ou ponto de vista que se queira defender, dissimuladamente fazem a substituição desses verbos em artigos ou comentários bíblicos, que passam desapercebidos pelos menos atentos, gerando costumes ou tradições ao arrepio da sã doutrina.
Está se tornando usual, em nossos dias, a aplicação indevida dos verbos poder e dever. Conforme a conveniência ou ponto de vista que se queira defender, dissimuladamente fazem a substituição desses verbos em artigos ou comentários bíblicos, que passam desapercebidos pelos menos atentos, gerando costumes ou tradições ao arrepio da sã doutrina.
O verbo poder representa a faculdade ou possibilidade
de fazermos alguma coisa de acordo com o nosso livre arbítrio. Tanto é verdade
que esse verbo não é conjugável no modo imperativo. Já o verbo dever tem
o significado absoluto de ter a obrigação de fazer-se aquilo que está
determinado ou sugerido.
Para exemplificar: podemos cometer pecado? Sim, porque isto
faz parte da influência carnal que possuímos, está dentro da nossa capacidade
física ou mental, por isso pecamos e diariamente temos que confessar os nossos
pecados a Deus (I Jo.1:8-10). Por outro lado, devemos viver assiduamente no
pecado? Claro que não, pois isto está claramente determinado na Palavra de Deus
que não devemos permanecer no pecado tendo em vista que é nisto que se
diferenciam os filhos de Deus e os filhos do diabo (I Jo.3:9-10). Portanto, nem
tudo que se pode fazer é o que deve ser feito, sob pena de estarmos pecando e
nos identificando com os desobedientes a Deus.
Ninguém, em sã consciência, discordará da afirmação de Paulo
que os maridos devem amar as suas esposas assim como Cristo amou a igreja a
ponto de Se entregar por ela (Ef.5:22-33). Sabiamente as mulheres dão grande
ênfase a esta passagem, tendo em vista que a elas é determinado que sejam
submissas aos seus maridos, como ao Senhor, logo a recíproca tem que ser
verdadeira, ou seja, as mulheres se submetem por obediência ao Senhor e, em
nome dessa mesma obediência, seus maridos lhes devem amor na mesma plenitude
que Cristo amou a Sua igreja.
O que causa estranheza é que o mesmo vernáculo - deve -
usado em Ef.5:28, que no original grego denota uma inquestionável obrigação
moral, não é aceito, principalmente pelas mulheres, em ICo.11:10 que afirma que
a mulher deve trazer um sinal de submissão ou autoridade em sua cabeça por
causa dos anjos. Nesta passagem o verbo está conjugado no modo imperativo
afirmativo, que não deixa nenhuma dúvida quanto a ordem nele contida. Como é
possível o mesmo verbo ter sentidos diferentes em Ef.5:28 e ICo.11:10? Dever
implica em obrigação, logo, não cumprir com aquilo que é determinado na Bíblia
é desobediência a Deus.
É impressionante como muitas pessoas têm gasto um precioso
tempo levantando argumentos, até mesmo absurdos, para justificar o
descumprimento da determinação bíblica que a mulher deve cobrir a sua cabeça
nas reuniões da igreja. Esses argumentos geram uma confusão tamanha que faz com
que as lideranças de algumas igrejas locais deixem o uso do véu a critério pessoal
de cada irmã, como se houvesse duas verdades na Bíblia.
A isto chamamos de a Síndrome de Pilatos, ou seja,
conhece-se a verdade, porém, é "politicamente correto" não aplicá-la,
com isso, "lavam-se as mãos" jogando a responsabilidade da decisão
sobre as mulheres. Esse procedimento, de não assumir responsabilidades, foi
utilizado por Pilatos para encaminhar Jesus Cristo para a morte. Por definição:
responsabilidade não se transfere, assume-se para não se tornar um
irresponsável.
Creio ser oportuno avaliarmos alguns dos argumentos
apresentados por aqueles que procuram justificar a desobediência do não uso do
véu, pelas mulheres, nas reuniões públicas realizadas pela igreja local:
O ARGUMENTO RESTRITIVO:
O assunto seria específico à igreja em Corinto. Os que assim argumentam se estribam no erro de que a primeira epístola aos Coríntios se prende obstinadamente a fatos locais, logo, o uso do véu pelas mulheres seria específico para aquela igreja local.
Sem dúvida, essa afirmação é absurda, pois é claríssima a
universalidade da epístola ... à igreja de Deus que está em Corinto, aos
santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em
todo lugar invocam o nome do Senhor Jesus, Senhor deles e nosso (ICo.1:2). Será
por demais pretensioso afirmar que os males que afligiam aquela igreja jamais
ocorreriam em outras. O Espírito Santo orientou Paulo nesse sentido a fim de
que as demais igrejas aprendessem com os erros cometidos por aqueles irmãos e
evitassem os mesmos procedimentos.
Sabemos que apesar dessas admoestações, esses erros não
deixaram de ser praticados, pois, ainda hoje, cometem-se os mesmos pecados
apesar das advertências contidas nessa carta. Dizer-se que assuntos correlatos
à ordem nos cultos, a participação na ceia, o ordenamento dos dons espirituais,
a sublimidade do amor, a ressurreição dos mortos, e os assuntos pertinentes à
coleta, seriam específicos à igreja em Corinto, no mínimo é por desconhecimento
bíblico, pois, se for de caso pensado é de má fé.
O ARGUMENTO CULTURAL:
O uso do véu seria um costume social da época em Corinto.
Pelo fato de Paulo fazer uma referência quanto ao costume social do tamanho
do cabelo a ser usado por homens e mulheres (ICo.11:14-15), isto não significa
que ele estivesse fazendo o mesmo com o véu.
A comparação é uma figura de linguagem que facilita o ensino
ou a explicação sobre determinado aspecto. Um quilo de ilustração vale por uma
tonelada de explicações, porém, quando o espírito farisaico prevalece não há
ilustração que dê jeito. Lembremo-nos das parábolas de Cristo e a rebeldia dos
judeus.
Se a afirmação que o uso do véu para as mulheres é coisa do
passado e era aplicado somente naqueles dias, isto vale dizer que o inverso
também é verdadeiro, ou seja, os homens de hoje deveriam orar com as suas
cabeças cobertas, pois Paulo teria determinado somente para aquela época que o
homem devia, ao contrário das mulheres, orar com a cabeça descoberta
(ICo.11.4). Teriam, porventura, os homens de hoje usar o "tallith"
(um xale de quatro pontas) sobre suas cabeças como faziam e fazem atualmente os
judeus que oram com a cabeça coberta nas sinagogas, tendo em vista que o
costume da cabeça descoberta seria somente para aquela época?
Percebem o absurdo dessa interpretação! Se não bastasse
isso, se o uso fosse válido somente para aquela época, isto equivale dizer que
hoje em dia os anjos do Senhor não mais estariam ao redor daqueles que O temem.
O verso 10, de ICoríntios 11, é claríssimo, a mulher deve trazer a cabeça
coberta por causa dos anjos. Se ensinarmos que a mulher não deve usar véu é o
mesmo que dizer que os anjos não existem ou não atuam mais!
O escritor aos Hebreus não deixa dúvida quanto ao ministério
dos anjos junto à igreja ... são todos eles espíritos ministradores, enviados
para servir a favor dos que hão de herdar a salvação (Hb.1:14). Os anjos do
Senhor não podem contemplar a desobediência das servas, pois o uso do véu pela
mulher é um sinal da sua submissão, assim como eles são submissos e se cobrem
com as suas asas ao comparecerem perante o Trono de Deus (Is.6:2).
Com base nesse mesmo trecho de Isaías 6:2, há afirmações
incorretas de que o homem também deveria cobrir a cabeça em suas orações a
Deus. A Palavra de Deus é claríssima a esse respeito ... na verdade, o homem
não deve cobrir a cabeça por ser ele imagem e glória de Deus... (ICo.11:7).
Convém ressaltar que o citado verso 10, de I Coríntios,
contém uma profunda sabedoria. O vernáculo grego exousia significa "o
direito de fazer alguma coisa", ou seja, a cabeça coberta da mulher lhe
outorga autoridade para orar, adorar e exercer os seus dons espirituais, e, com
essa atitude, ela se legitima perante os anjos e concomitantemente perante a
igreja, conforme versos 13 e 16 de I Coríntios 11. Portanto, fica extremamente
claro que essa legitimidade é manifestada pelo véu que a mulher trouxer na sua
cabeça, pois, o exercício da sua autoridade está sendo demonstrado pelo sinal
da sua submissão. Isto é sabedoria de Deus!
É lamentável a errônea interpretação de que a sujeição das
mulheres pelo uso do véu é um sinal de que elas são inferiores aos homens. Isto
é ignorância! Submissão não é sinônimo de inferioridade. Jesus sujeitou-Se ao
Pai, porém, jamais Lhe foi inferior porque Ele - assim como o Pai - é Deus.
Jesus deixou claro isso ao afirmar que enquanto ele aqui estivesse o Pai seria
maior e não melhor que Ele. Isto diferencia sujeição de inferioridade
(Jo.10:30; 17:11,21-23). Qualquer outra interpretação fica por conta do inimigo
das nossas almas.
O ARGUMENTO DA SUBSTITUIÇÃO:
O cabelo comprido substitui o uso do véu na igreja. Jamais
Paulo fez tal afirmação. O uso da figura de linguagem do cabelo comprido das
mulheres, que para elas era uma glória, pois a cabeleira lhe fora dada em lugar
da mantilha (ICo.11.15), é uma explicação à sua própria indagação ... julgai
entre vós mesmos: é conveniente que uma mulher ore com a cabeça descoberta a
Deus? (ICo.11.13). Essa figura de linguagem em hipótese nenhuma anula a
obrigatoriedade do cumprimento do verso 10.
É erro grotesco afirmar-se que o cabelo comprido do verso 15
substitui o véu do verso 6, pois os vernáculos usados no original grego para
essas vestimentas não são os mesmos, ou seja, no verso 6 trata-se realmente de
um véu, peça de tecido mais leve, e no verso 15 de mantilha, vestimenta
feminina mais pesada.
Aprendemos em Hermenêutica que em nenhuma hipótese devemos
fixar uma doutrina ou norma tendo como base uma figura de linguagem, pois ela
serve somente para ilustrar. Aquilo que está sendo ilustrado é que deverá
prevalecer.
O ARGUMENTO DA AUSÊNCIA:
Se não houver varão presente às reuniões a mulher pode orar sem véu. Outra afirmação improcedente. O que é que tem haver uma coisa com a outra. A mulher não usa véu por causa do homem, mas por causa dos anjos, como sinal da sua autoridade e submissão à ordenança contida na Palavra de Deus. Os versos 5 e 6, de I Coríntios 11, são extremamente claros ... toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça, porque é a mesma coisa como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém, para a mulher é vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se de véu.
Paulo ilustra a cabeça descoberta com a punição que era dada
às mulheres devassas. O Espírito Santo levou Paulo a ser extremamente enérgico
nessas colocações. De fato ele está afirmando que seria vergonhoso para a
mulher orar com a sua cabeça descoberta porque, desta forma, estaria se
colocando no mesmo nível daquelas que, por viverem no pecado, eram excluídas da
sociedade.
O ARGUMENTO INDECOROSO:
Paulo não gostava de mulher. Sem dúvida essa
afirmação vem do inferno. O movimento feminista infiltrado em algumas igrejas
denominacionais tem lançado essa leviandade, com a maldosa insinuação de que
Paulo era casto por não gostar de mulher.
Quanta maldade somente para justificar o não uso do púlpito
e do véu pelas mulheres nas reuniões públicas da igreja local! As revelações
contidas na Palavra de Deus não são de entendimento humano mas por inspiração
do Espírito Santo. Paulo afirma em IITim.3:16... Toda Escritura é divinamente
inspirada. Pedro reafirma em IIPe.1:20-21... nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos
homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.
Portanto, quem manda as mulheres se cobrirem nas reuniões
públicas da igreja com o véu não é Paulo mas o Espírito Santo que é de Deus. A
maledicência lançada contra Paulo é indecente, pois ele jamais se desagradou
das mulheres ou as menosprezou como ele mesmo escreve em Gl.3:28 ... não há
judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque
todos vós sois de Cristo Jesus.
Propositadamente as feministas se esquecem da menção que
Paulo faz em suas epístolas às valorosas e dedicadas servas que como ele
gastaram suas vidas em prol do Evangelho, e que por certo oravam com as suas
cabeças cobertas. É torpeza colocar dúvida sobre a masculinidade de Paulo pelo
fato dele praticar a castidade (ICo.7:7-9). Por trás de toda essa desavença
criada pelas feministas em torno do uso do véu, está o velado descontentamento
das mulheres em usá-lo por entenderem que Paulo teria sido extremamente injusto
com elas na medida que as colocou em sujeição ao homem. Essa idéia é
absurdamente errada! A sujeição da mulher ao homem vem desde a criação e não se
trata de uma "invenção" de Paulo mas uma determinação de Deus.
Desde o princípio da criação a liderança do homem e a
sujeição da mulher são determinados por Deus, tendo em vista que o homem é a
imagem e glória de Deus e a mulher a glória do homem (ICo.11:7). O homem foi
colocado no mundo como representante de Deus para exercer domínio sobre a terra
e a sua cabeça descoberta é um testemunho silencioso desse fato.
Portanto, o homem não deve cobrir a cabeça pois tal ato
seria um grande insulto a Deus porque estaria cobrindo a Sua glória. À mulher
nunca foi dada essa liderança, Deus a colocou como ajudadora do homem. O diabo,
em sua astúcia, induziu Eva a usurpar a liderança que pertencia a Adão na
medida em que ela, sozinha, decidiu manter aquele fatídico diálogo. Por isso
Deus determinou à mulher: ele (o homem) te dominará (Gn.3:16). Eliminar essa
sujeição é coisa do diabo, desde o princípio ele persiste nisso.
O ARGUMENTO DO PARADIGMA:
Nas igrejas denominacionais históricas as mulheres não
usam véu. Se somos como somos é porque entendemos que assim devemos ser
como igreja de Cristo que somos, ou seja, se nos reunimos dessa forma é porque
cremos que devemos ter por modelo a igreja primitiva, que é algo sobremodo
difícil em nossos dias em virtude das muitas tradições que foram criadas no
meio tido como evangélico.
Assim como ocorreu no judaísmo e no catolicismo, o
protestantismo se tem conduzido mais pelas tradições humanas do que
propriamente pelas revelações contidas na Palavra de Deus. Amamos os irmãos
denominacionais, porém, se nos reunimos procurando o padrão autêntico das
igrejas neo-testamentárias isto significa que não devemos aceitar tradições
humanas misturadas ao ajuntamento solene.
As mesmas vozes que evocam o costume das denominacionais
históricas pelo não uso do véu pelas mulheres são as mesmas vozes que não
concordam, dentre tantas outras coisas, com a diferenciação que é feita entre o
clérigo e o leigo cujo princípio eclesiástico nega, de fato, a unidade de todos
os crentes. O vocacionamento clerical é estranho aos ensinamentos contidos na
Palavra de Deus, pois ... como pedras vivas, somos edificados, casa espiritual
e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por
Jesus Cristo (IPe.2:5). Portanto, todos os cristãos nascidos espiritualmente de
novo possuem o mesmo sacerdócio.
Que diremos então acerca das distorções doutrinárias? Por
que então somente determinada prática nos serve, como o não uso do véu, e não
há concordância para com as demais? Não seria uma hipocrisia pensarmos dessa
forma, ou seja, naquilo que atende aos anseios das mulheres as tradições das
igrejas denominacionais devem ser seguidas? Creio que Paulo nos dá essa
resposta em I Coríntios 11:16 ... se alguém quiser ser contencioso (ao permitir
que a mulher ore sem véu), nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas
de Deus.
O ARGUMENTO DOUTRINÁRIO:
A obrigatoriedade do uso do véu não é um ponto
doutrinário por estar revelado em apenas uma passagem da Palavra de Deus. É
sobremodo estranho o ensino que surgiu em nosso meio que uma doutrina bíblica
somente é válida quando existe no mínimo mais de uma passagem que confirme a
sua condição como tal.
O nosso assunto aqui não é o de abrir um debate sobre
hermenêutica, porém, se essa afirmação fosse verdadeira, a maioria das citações
escatológicas não seria doutrinária. Basta lermos o Apocalipse e veremos que
grande parte dos assuntos nele contidos somente lá estão revelados, ou ainda,
afirmarmos que os mortos não serão arrebatados antes dos vivos simplesmente
pelo fato que isto está revelado somente em ITs.4:15-17.
É impressionante como inventam tanto por causa de algo tão
simples que é o uso do véu pelas mulheres.
O ARGUMENTO DA CONCORRÊNCIA:
O tamanho e a cor do véu promovem um desfile de moda na igreja. Por último, justifica-se o não uso do véu pelo fato que poderá haver entre as mulheres uma concorrência ou desfile de moda pela multiplicidade de cores e tamanhos dos véus. Justificar que o uso do véu criaria uma disputa de moda entre as irmãs é uma afirmação temerária. Os vestidos, as calças compridas (por vezes coladas ao corpo), as saias (por vezes curtas demais), as blusas, os sapatos, as meias, os brincos, os anéis, os colares, os esmaltes, os batons etc. não geram concorrência, mas o véu promoverá isso?!? Não devemos subestimar a Deus dessa forma, pois é o Espírito Santo que determina o uso do véu.
Quanto ao tamanho gerar um modismo pelo fato de quanto menor
o véu mais elegante a mulher fica, particularmente pode-se entender que se é
ruim usar um véu pequeno pior será não usar nenhum. Porém, é verdadeiro que
está havendo um abuso em nossos dias pelo uso de minúsculos véus que os
descaracterizam como a cobertura estabelecida na Palavra de Deus.
Pelo fato do seu tamanho não ser determinado explicitamente
no citado trecho isto não significa que qualquer coisa que se coloca sobre a
cabeça estar-se-ia cumprindo com a divina determinação. Convém lembrar que o
uso do véu ordenado por Deus não é uma mera vestimenta mas um sinal
(ICo.11:10), e por inferência sabemos que qualquer que seja um sinal ele
somente atinge o seu objetivo na medida que revela nitidamente aquilo que ele
se propôs mostrar.
A prudência e a moderação são virtudes recomendadas para cercear
qualquer tipo de exagero tanto para mais como para menos, pois, há que se ter
acentuado cuidado com as posições extremistas.
Segundo o consagrado servo do Senhor, William MacDonald (The
Believer's Bible Comentary), "...o véu somente é válido quando o seu uso
exterioriza a graça interior da mulher. A coisa mais importante no uso do véu
deve ser a certeza de que o coração está realmente submisso; o véu sobre a
cabeça das mulheres possui esse real significado...".
Portanto, o tamanho e a cor não são coisas fundamentais, o
que verdadeiramente importa é a sujeição das mulheres às determinações contidas
na Palavra de Deus. As cores e tamanhos serão adequados por elas próprias
segundo a graça que interiormente possuem pela habitação do Espírito Santo.
Isto equivale dizer que o não uso do véu significa a
inexistência de reverência e temor a Deus, e é uma questão definitiva e
incontestável na Palavra de Deus. A recusa ou omissão das mulheres com respeito
ao uso do véu nas reuniões públicas da igreja são demonstrações de rebeldia a
Deus. As vozes discordantes são por conta das interpretações de particular
elucidação, não por revelação divina.
Que diremos, pois, à vista destes argumentos? Atentemos para
o convite de Paulo: Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo
(ICo.11:1). Permita Deus que assim seja!
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