Esta sua
pergunta é interessante, pois quando eu me converti também me fazia esta
pergunta, porém não tinha coragem de faze-la aos irmãos mais experientes onde
eu reunia, com medo de ser mal compreendido. Então fiz o que eu creio que a
maioria devem fazer, estudar as Escrituras Sagradas para saber a base, da
igreja de não ter, ou até proibir estas manifestações audíveis nas reuniões da
igreja.
E vou
responder você baseado no que tenho aprendido com a palavra de Deus, e não em
costume e tradição. Infelizmente os irmãos que reúnem ao Nome do Senhor Jesus
Cristo são tachados como tradicionalistas, porem isto não é tradição da igreja
dos irmãos (Casa de Oração). E vou deixar bem claro, “Casa de Oração” é um nome
referencial, para facilitar a localização do salão onde reúnem as igrejas dos
irmãos. Não é nome da nossa denominação, como alguns pensam. Mas vamos a
resposta a sua pergunta.
Quando fui
para as Escrituras Sagradas para estudar sobre este assunto, orei ao Senhor
buscando a direção Dele, e estudando a palavra de Deus, cheguei nas seguintes
conclusões:
1° A
base bíblica para a pratica de gritar esses jargões.
Nunca
encontrei em nenhum lugar das Escrituras Sagradas um único versículo que me diz
que durante uma reunião da igreja as pessoas que estão sentadas nos bancos
durante todo o tempo do andamento da reunião devem ficar repetindo as
expressões “gloria a Deus”, “Aleluia”, “Louvado seja o Nome do Senhor”. Claro
que você encontra estas expressões ao longo da Bíblia, em várias ocasiões, mas
nunca sendo ordenada para faze-las durante uma reunião formal das igrejas de
Deus. Interessante que para as denominações
pentecostais, neopentecostais, algumas denominações históricas, e até algumas
igrejas dos irmãos (“Casa de Oração”) em algumas regiões do Brasil, não ficar
repetindo estas expressões durante as reuniões é sinal de frieza espiritual,
falta de amor a Deus, carnalidade, e até de falta de conversão. O que é um
absurdo. Pois num dos eventos bíblicos onde as pessoas constantemente repetiram
tais expressões, ou expressões similares, foi na entrada triunfal do Senhor
Jesus Cristo em Jerusalém na sua última semana antes da Sua morte e
ressurreição, veja Mt 21. 1-11: Mc 11. 1-11: Lc 19. 28-44: João 12. 12-19. Expressavam
claramente expressões que eram usadas pelos judeus, como “hosana, nas maiores alturas”,
mas poucos dias depois desse evento solene, estes mesmos judeus clamavam aos algozes
do Senhor Jesus Cristo, “crucifica-o, crucifica-o”.
Gritar expressões
que aparentam exaltar o nome do Senhor, não é necessariamente exaltar o Nome do
Senhor. Nem muito menos é sinal de espiritualidade, ou de fervor, ou de
salvação. Muitas pessoas que tem ataques de histeria nos assim chamados “cultos”
evangélicos gritando esses jargões a plenos pulmões no domingo, continuam
negando o Senhor Jesus com suas práticas pecaminosas ao saírem dos seus cultos,
e durante toda a semana.
2°
Glorificar a Deus não é gritar.
O próprio
Senhor Jesus nos ensina que glorificar a Deus vai muito mais além de gritar repetidamente
estas expressões.
Veja o
que Ele nos diz em Mt 5. 13- 16:
“Vós sois o sal da terra; e se o sal for
insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar
fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e
se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na
casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.
Este texto dispensa até comentários pois ele é muito
claro, o cristão como luz do mundo e sal da terra deve viver de maneira tal,
que seu testemunho levem as pessoas a glorificar a Deus. Ou seja, a melhor
maneira de glorificar a Deus, não é gritar repedidas vezes durante duas horas
expressões como: “Oh gloria” “gloria, gloria, gloria”, “aleluia”, “aleluia” e
etc. Mas é pela nossa vida diária, dando testemunho do Senhorio de Cristo sobre
nossas vidas, o que é evidenciado em nossas palavras, sentimentos, ações e até
nas nossas vestes.
Não adianta nada gritar bem alto o gloria, e
andar quase pelado, ou falar palavrões, ou ser vingativo, ou ter inveja, ou
maldizer os outros, pouco depois que se sai do assim chamado “culto”.
Paulo nos ensina que o nosso culto “racional”, ou
“espiritual”, é oferecermos os nossos membros como sacrifício vivo a Deus, não
conformando com este mundo, veja Rm 12. 1-2. E não passar duas horas dentro de
um prédio ou num ajuntamento gritando feito loucos.
3º Existem pessoas que gritam e realmente são
salva, e vivem uma vida de bom testemunho para o Senhor.
Sim, pois conheço pessoas que são meus amigos que
frequentam denominações que tem este costume, e que dão um bom testemunho do
Senhorio de Cristo, realmente glorificando a Deus com suas vidas. Mas a questão
não é se as pessoas são salvas, pois quem salva é Cristo e não comportamento. O
comportamento evidencia e vida de Cristo naqueles que se converteram a Ele. Porem
se uma pessoa aprende errado ela vai praticar coisas erradas. E uma coisa
preocupante no chamado meio evangélico é o efeito “Maria vai com as outras” que
é praticado por seus adeptos, mesmo os mais sinceros. As pessoas não questionam
práticas que a maioria faz, mas geralmente o que minoria faz é alvo de
suspeita.
Como eu mesmo fiz no início de minha conversão,
eu não questionei o que a maioria das denominações evangélicas faziam. Mas sim
questionei o que a igreja local onde eu reunia fazia. E o problema que o parâmetro
para tal questionamento não era o que a palavra de Deus dizia, mas sim o que a
maioria fazia.
Não importa se algo é praticado pela maioria, ou
se aparenta ser animado, ou se a pessoa se sente bem fazendo, ou que os líderes
religiosos incentivam fazer. O que importa é o que a palavra de Deus nos diz. Nossa
responsabilidade não é com denominação, ou com liderança religiosa, ou com o
que a maioria faz. A responsabilidade primordial do cristão é com Deus e Sua
Bendita e Eterna Palavra a Bíblia Sagrada.
4º O problema de ficar gritando repetidas vezes
os jargões, “gloria” “aleluia” e etc.
Aparentemente são expressões que aparecem inúmeras
vezes na Bíblia. E não tem nada de mal pronunciar elas. Mas como devemos ser
vigilantes em relação aos ataques do inimigo. E ele é mestre em pegar coisas
inofensivas e perverte-las, como ele fez por exemplo com a serpente de bronze,
que era uma figura da morte de Cristo na cruz, veja Nm 21. 4-9: Jo 3. 14- 15. Mas
o povo de Israel passou a adora-la como um deus, e ela teve que ser destruída no
tempo do rei Ezequias, 2°Reis 18. 4.
Da mesma forma o inimigo usa expressões bíblicas,
e textos bíblicos fora de contexto distorcendo-os para prejudicar de alguma
forma a igreja de Deus que está espalhada nas várias denominações religiosas.
Deus é o Deus da decência e da ordem. E Ele
deseja que esta ordem seja visível nos ajuntamentos de seu povo. O que deveria
ser evidenciada nas reuniões das igrejas locais.
Paulo dirigido pelo Espirito Santo que é Deus,
descreve claramente em 1ªCor 14. 26- 40 como deve ser a reunião de uma igreja
local. E ele enfatiza no final do texto a questão da ordem e da decência na
reunião da igreja.
Num tribunal de justiça, quando há um julgamento,
se todas as pessoas começarem a falar ao mesmo tempo, atrapalhando o discurso
da promotoria, da defesa, e a averiguação do júri. O juiz que é a autoridade máxima
ali presente bate o martelo na tribuna exigindo ordem no tribunal, e todos
ficam quietos. E se alguém insiste em desobedecer é retirado do tribunal.
Ai peço a você para pensar comigo e tirar suas próprias
conclusões. Onde está a ordem, e decência nas denominações que tem este costume,
de todos ficarem gritando estas expressões repetidas vezes durante aquilo que
chamam de culto, onde cada uma quer gritar mais alto que o outro?
Paulo diz que dois ou três profetas falem, um de
cada vez, e os outros os julguem, ou sejam prestem atenção no que está sendo
dito, para saber se a mensagem vem de Deus ou não.
E é decente o pregador está entregando uma
mensagem, e as pessoas que precisam prestar a atenção na mensagem não
conseguirem pela gritaria das pessoas ao seu lado? Como saber se aquela mensagem
tem base bíblica? Ou se não passa de ideias formuladas na mente do pregador com
o intuito de manipular seus ouvintes, ou se até mesmo ele esteja ensinando seja de origem de espíritos
enganadores, e doutrinas de demônios, como diz em 1ªTm 4. 1-2?
Não é uma questão de proibir, ou de não poder, é
uma questão de obedecer a palavra de Deus que nos ensina que nas reuniões da
igreja, a ordem e decência que são caraterísticas de tudo que Deus fez e faz,
seja evidenciada nos ajuntamentos de seu povo.
Espero ter ajudado. Seu irmão em Cristo Jesué da
Silva Andrade.
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