terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Porque nas “Casas de Oração”, as pessoas não podem dar gloria a Deus, ou bater palmas, ou dar aleluias?

Esta sua pergunta é interessante, pois quando eu me converti também me fazia esta pergunta, porém não tinha coragem de faze-la aos irmãos mais experientes onde eu reunia, com medo de ser mal compreendido. Então fiz o que eu creio que a maioria devem fazer, estudar as Escrituras Sagradas para saber a base, da igreja de não ter, ou até proibir estas manifestações audíveis nas reuniões da igreja.
E vou responder você baseado no que tenho aprendido com a palavra de Deus, e não em costume e tradição. Infelizmente os irmãos que reúnem ao Nome do Senhor Jesus Cristo são tachados como tradicionalistas, porem isto não é tradição da igreja dos irmãos (Casa de Oração). E vou deixar bem claro, “Casa de Oração” é um nome referencial, para facilitar a localização do salão onde reúnem as igrejas dos irmãos. Não é nome da nossa denominação, como alguns pensam. Mas vamos a resposta a sua pergunta.
Quando fui para as Escrituras Sagradas para estudar sobre este assunto, orei ao Senhor buscando a direção Dele, e estudando a palavra de Deus, cheguei nas seguintes conclusões:
1° A base bíblica para a pratica de gritar esses jargões.
Nunca encontrei em nenhum lugar das Escrituras Sagradas um único versículo que me diz que durante uma reunião da igreja as pessoas que estão sentadas nos bancos durante todo o tempo do andamento da reunião devem ficar repetindo as expressões “gloria a Deus”, “Aleluia”, “Louvado seja o Nome do Senhor”. Claro que você encontra estas expressões ao longo da Bíblia, em várias ocasiões, mas nunca sendo ordenada para faze-las durante uma reunião formal das igrejas de Deus.   Interessante que para as denominações pentecostais, neopentecostais, algumas denominações históricas, e até algumas igrejas dos irmãos (“Casa de Oração”) em algumas regiões do Brasil, não ficar repetindo estas expressões durante as reuniões é sinal de frieza espiritual, falta de amor a Deus, carnalidade, e até de falta de conversão. O que é um absurdo. Pois num dos eventos bíblicos onde as pessoas constantemente repetiram tais expressões, ou expressões similares, foi na entrada triunfal do Senhor Jesus Cristo em Jerusalém na sua última semana antes da Sua morte e ressurreição, veja Mt 21. 1-11: Mc 11. 1-11: Lc 19. 28-44: João 12. 12-19. Expressavam claramente expressões que eram usadas pelos judeus, como “hosana, nas maiores alturas”, mas poucos dias depois desse evento solene, estes mesmos judeus clamavam aos algozes do Senhor Jesus Cristo, “crucifica-o, crucifica-o”.
Gritar expressões que aparentam exaltar o nome do Senhor, não é necessariamente exaltar o Nome do Senhor. Nem muito menos é sinal de espiritualidade, ou de fervor, ou de salvação. Muitas pessoas que tem ataques de histeria nos assim chamados “cultos” evangélicos gritando esses jargões a plenos pulmões no domingo, continuam negando o Senhor Jesus com suas práticas pecaminosas ao saírem dos seus cultos, e durante toda a semana.
2° Glorificar a Deus não é gritar.
O próprio Senhor Jesus nos ensina que glorificar a Deus vai muito mais além de gritar repetidamente estas expressões.
Veja o que Ele nos diz em Mt 5. 13- 16:
Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.
Este texto dispensa até comentários pois ele é muito claro, o cristão como luz do mundo e sal da terra deve viver de maneira tal, que seu testemunho levem as pessoas a glorificar a Deus. Ou seja, a melhor maneira de glorificar a Deus, não é gritar repedidas vezes durante duas horas expressões como: “Oh gloria” “gloria, gloria, gloria”, “aleluia”, “aleluia” e etc. Mas é pela nossa vida diária, dando testemunho do Senhorio de Cristo sobre nossas vidas, o que é evidenciado em nossas palavras, sentimentos, ações e até nas nossas vestes.
Não adianta nada gritar bem alto o gloria, e andar quase pelado, ou falar palavrões, ou ser vingativo, ou ter inveja, ou maldizer os outros, pouco depois que se sai do assim chamado “culto”.
Paulo nos ensina que o nosso culto “racional”, ou “espiritual”, é oferecermos os nossos membros como sacrifício vivo a Deus, não conformando com este mundo, veja Rm 12. 1-2. E não passar duas horas dentro de um prédio ou num ajuntamento gritando feito loucos.
3º Existem pessoas que gritam e realmente são salva, e vivem uma vida de bom testemunho para o Senhor.
Sim, pois conheço pessoas que são meus amigos que frequentam denominações que tem este costume, e que dão um bom testemunho do Senhorio de Cristo, realmente glorificando a Deus com suas vidas. Mas a questão não é se as pessoas são salvas, pois quem salva é Cristo e não comportamento. O comportamento evidencia e vida de Cristo naqueles que se converteram a Ele. Porem se uma pessoa aprende errado ela vai praticar coisas erradas. E uma coisa preocupante no chamado meio evangélico é o efeito “Maria vai com as outras” que é praticado por seus adeptos, mesmo os mais sinceros. As pessoas não questionam práticas que a maioria faz, mas geralmente o que minoria faz é alvo de suspeita.
Como eu mesmo fiz no início de minha conversão, eu não questionei o que a maioria das denominações evangélicas faziam. Mas sim questionei o que a igreja local onde eu reunia fazia. E o problema que o parâmetro para tal questionamento não era o que a palavra de Deus dizia, mas sim o que a maioria fazia.
Não importa se algo é praticado pela maioria, ou se aparenta ser animado, ou se a pessoa se sente bem fazendo, ou que os líderes religiosos incentivam fazer. O que importa é o que a palavra de Deus nos diz. Nossa responsabilidade não é com denominação, ou com liderança religiosa, ou com o que a maioria faz. A responsabilidade primordial do cristão é com Deus e Sua Bendita e Eterna Palavra a Bíblia Sagrada.
4º O problema de ficar gritando repetidas vezes os jargões, “gloria” “aleluia” e etc.
Aparentemente são expressões que aparecem inúmeras vezes na Bíblia. E não tem nada de mal pronunciar elas. Mas como devemos ser vigilantes em relação aos ataques do inimigo. E ele é mestre em pegar coisas inofensivas e perverte-las, como ele fez por exemplo com a serpente de bronze, que era uma figura da morte de Cristo na cruz, veja Nm 21. 4-9: Jo 3. 14- 15. Mas o povo de Israel passou a adora-la como um deus, e ela teve que ser destruída no tempo do rei Ezequias, 2°Reis 18. 4.
Da mesma forma o inimigo usa expressões bíblicas, e textos bíblicos fora de contexto distorcendo-os para prejudicar de alguma forma a igreja de Deus que está espalhada nas várias denominações religiosas.
Deus é o Deus da decência e da ordem. E Ele deseja que esta ordem seja visível nos ajuntamentos de seu povo. O que deveria ser evidenciada nas reuniões das igrejas locais.
Paulo dirigido pelo Espirito Santo que é Deus, descreve claramente em 1ªCor 14. 26- 40 como deve ser a reunião de uma igreja local. E ele enfatiza no final do texto a questão da ordem e da decência na reunião da igreja.
Num tribunal de justiça, quando há um julgamento, se todas as pessoas começarem a falar ao mesmo tempo, atrapalhando o discurso da promotoria, da defesa, e a averiguação do júri. O juiz que é a autoridade máxima ali presente bate o martelo na tribuna exigindo ordem no tribunal, e todos ficam quietos. E se alguém insiste em desobedecer é retirado do tribunal.
Ai peço a você para pensar comigo e tirar suas próprias conclusões. Onde está a ordem, e decência nas denominações que tem este costume, de todos ficarem gritando estas expressões repetidas vezes durante aquilo que chamam de culto, onde cada uma quer gritar mais alto que o outro?
Paulo diz que dois ou três profetas falem, um de cada vez, e os outros os julguem, ou sejam prestem atenção no que está sendo dito, para saber se a mensagem vem de Deus ou não.
E é decente o pregador está entregando uma mensagem, e as pessoas que precisam prestar a atenção na mensagem não conseguirem pela gritaria das pessoas ao seu lado? Como saber se aquela mensagem tem base bíblica? Ou se não passa de ideias formuladas na mente do pregador com o intuito de manipular seus ouvintes, ou se até mesmo ele esteja ensinando seja de origem de espíritos enganadores, e doutrinas de demônios, como diz em 1ªTm 4. 1-2?
Não é uma questão de proibir, ou de não poder, é uma questão de obedecer a palavra de Deus que nos ensina que nas reuniões da igreja, a ordem e decência que são caraterísticas de tudo que Deus fez e faz, seja evidenciada nos ajuntamentos de seu povo.
Espero ter ajudado. Seu irmão em Cristo Jesué da Silva Andrade.






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